Esse cara aí da foto é o Martin Seligman, considerado por muitos “o pai” da Psicologia Positiva e autor de contribuição significativa nessa área de estudo. A moça da foto, com esse sorriso emocionado sou eu, a pessoa que escreve esse texto, com o objetivo de justificar minha empolgação com esse encontro, único, e relatar um pouco do que tenho aprendido não somente na teoria, mas na prática da Psicologia Positiva (que eu chamarei, carinhosamente, de PP durante este texto) no contexto organizacional e na vida.
A PP é relativamente nova. Surgiu em 1998 para mudar o olhar voltado para as doenças, perdas e fraquezas e para começar a dar ênfase ao estudo das virtudes e forças dos seres humanos. A ausência de doença não é saúde. O fato de eu não ter depressão, por exemplo, não me torna uma pessoa alegre. De modo geral, estudar a média, nos faz ter como parâmetro a média. O que a PP sugere é estudar quem está acima da curva no que se refere a habilidade intelectual, atlética, musical, criativa, níveis mais altos de energia, resiliência frente aos desafios, senso de humor etc.
Nesse sentido, a PP pode ser definida como o conhecimento das virtudes e forças do indivíduo, bem como dos potenciais, motivações e capacidades dos mesmos. Além disso, vale ressaltar que a ideia da PP é possibilitar, através de estudos científicos, a prevenção de doenças mentais e físicas e, além disso, proporcionar o progresso com as qualidades que auxiliem as pessoas e as comunidades a irem além de resistir e sobreviver, ou seja: prosperar e florescer.
Não se trata de anular o que se sabe sobre fraquezas, sofrimentos e transtornos, mas sim ampliar os estudos e ter uma dimensão científica sobre as experiências humanas, e não julgar a importância de uma sobre a outra. Além disso, essa ciência não deve ser confundida com autoajuda, esoterismo ou com qualquer tipo de religião, e também não é um conhecimento exclusivo para psicólogos, pois seu estudo e prática pode ser realizado por qualquer pessoa que deseja alcançar bem-estar e felicidade.
Pensando em uma metáfora atual, seria como anunciar nos telejornais não somente a quantidade de pessoas que estão morrendo com a COVID-19, mas também explorar tantas outras que se recuperaram e quais atitudes favoreceram a cura.
Já sabemos que as lentes pelas quais nosso cérebro vê o mundo moldam a nossa realidade. A prática da PP então se refere a mudar nossas lentes e consequentemente nosso ambiente na vida profissional e pessoal.
Resumindo:
1) A felicidade pode ser estudada pela ciência.
2) Reduzir a infelicidade não é o mesmo que aumentar a felicidade.
3) Há três caminhos cientificamente comprovados para a felicidade: Vida significativa, vida engajada e vida prazerosa.
Como esse texto não é um artigo científico estou tentando resumir algumas coisas importantes em relação à temática que escolhi abordar.
Levando em conta que o Bem-Estar subjetivo, também chamado de felicidade, se refere ao que as pessoas pensam e sentem sobre suas vidas, certamente é um construto que pode influenciar profundamente o ambiente de trabalho. De acordo com Seligman, o Bem-Estar subjetivo pode ser medido em cinco fatores, sendo eles a Emoção Positiva, o Engajamento, o Sentido na Vida, a Realização Positiva e os Relacionamentos positivos.
Do ponto de vista organizacional, as emoções positivas têm um efeito de contágio na melhora do ambiente e clima de uma empresa. Paz, gratidão, satisfação, prazer, inspiração, esperança, curiosidade ou amor se enquadram nessa categoria. Além disso, não é novidade que colaboradores mais engajados, comprometidos com a causa da empresa, performam melhor. Já os relacionamentos positivos são compostos por aspectos como inclusão, network, intimidade e participação. Representam um fator de satisfação do trabalho que contribui para a colaboração entre equipes e áreas além de ser um fator de retenção de colaboradores. Sobre o sentido na vida não é o tipo de trabalho que pode ou não trazer significado e sim a maneira como nos relacionamos com ele. Lembro aqui do gari, Renato Sorriso que trabalha varrendo as ruas do RJ com o sorriso no rosto e o samba no pé. Você também poderá encontrar o sentido do seu trabalho se pensar por esse lado, na sua contribuição ao exercê-lo. Finalmente, as realizações são as metas e objetivos que nos propomos. Um alto índice de realização geralmente vem acompanhado com uma sensação de autonomia e auto eficácia.
Ao falar de intervenções positivas, a mais conhecida delas é o exercício da gratidão, onde você escreve em um diário ao final do dia, três coisas boas que aconteceram. Esse exercício pode ser adaptado às organizações e funciona ao possibilitar a mudança do padrão de buscar no mundo o positivo e não o negativo, como comumente costumamos fazer, ou seja, modifica o nosso radar. Outros exemplos são praticar atos de gentileza, declarar sentimentos positivos e elogios ou mesmo realizar ações voluntárias em prol de uma pessoa ou comunidade carente.
O título desse texto é “O que é Psicologia Positiva? Como aplicá-la contexto organizacional e na vida?” porque não dá para separar os benefícios em obter conhecimento de todos os estudos realizados com foco no desenvolvimento humano e os ganhos de uma vivência positiva, pois o florescimento acaba se tornando integral. Por fim, ainda não sei se eu encontrei a PP ou se ela me encontrou, o fato é que hoje eu sou mais feliz e tenho embasamento científico para isso.
Você também não ficou com vontade de abraçar o Seligman depois de tudo isso que te contei? Me conta aí!
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