O cenário de pandemia provocou mudanças na vida de jovens que estão em busca de um trabalho. Estudos realizados sobre o tema mostram dados que trazem a realidade desse contexto e ajudam a explicar o como será o futuro do mercado de trabalho para os jovens.
Jovem usando máscara devido a pandemia pelo Covid-19
A relação da juventude com o mercado de trabalho é, comumente, permeada por uma certa tensão. A falta de experiência, a entrada em um novo mercado, mudanças pessoais e início de uma vida profissional são alguns dos fatores que marcam esse momento.
Se historicamente já havia dificuldades para que os jovens começassem sua carreira profissional, no atual contexto de instabilidades e crise sanitária isso só se agravou. Diante dessa circunstância, o Programa Jovens Construtores, desenvolvido pelo CEDAPS (Centro de Promoção da Saúde) encomendou ao Porvir o seguinte estudo: O mercado de trabalho para as juventudes no Brasil pós-pandemia, com publicação neste ano de 2022.
Segundo projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2021, o Brasil possuía 50 milhões de jovens de 15 a 29 anos, sendo o ápice do bônus demográfico e o indicativo de grandes chances de crescimento econômico, visto que é um alto número de população ativa em termos de trabalho, superando a quantidade de pessoas inativas. O problema é que o momento em que o país vive de cenários de incertezas, somado à crise sanitária geram turbulências que provocam elevadas taxas de desemprego e que, apesar de afetar toda a população, se mostra de maneira mais complicada entre os jovens.
Ainda conforme o IBGE, em maio de 2021, o Brasil alcançou uma taxa recorde de desemprego, atingindo 14,7% no primeiro trimestre. Em números concretos, isso significa que 14,8 milhões de pessoas estavam sem emprego naquele momento. Quando falamos de jovens de 18 a 24 anos, nesse mesmo intervalo de tempo, a taxa de desemprego atingiu 31%, o que é mais que o dobro da média geral do país.
Essa busca dos jovens para adentrar o mercado de trabalho se dá de diferentes maneiras, cada qual na sua realidade e, de maneira geral, o relatório em questão (O mercado de trabalho para as juventudes no Brasil pós-pandemia) traz que essas juventudes têm se encaixado em três perfis:
Os números de vagas formais para os jovens reduziu e isso se dá pelo impacto da pandemia nos setores que costumam empregar essas pessoas.
O boom da uberização aumentou a quantidade de pessoas que passaram a trabalhar com aplicativos. A Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) realizou uma pesquisa com 270 entregadores ciclistas na capital de São Paulo e constatou que 75% desses profissionais possuem até 27 anos, mais de 90% são homens e 71% são negros.
Empreender é um desejo conhecido do brasileiro e o Relatório Global Entrepreneurship Monitor confirmou isso em sua pesquisa ao constatar que ter o próprio negócio é o segundo maior sonho dos brasileiros, sendo que o primeiro deles é viajar pelo Brasil.
As dificuldades geradas no cenário de pandemias, com a queda de vagas formais e grandes demissões fez com que muitos jovens de 15 a 29 anos adentrar ao campo do empreendedorismo por necessidade, para confirmar isso basta olhar o expressivo aumento do número de MEI (microempreendedores individuais) no ano de 2020: 3,3 milhões de empresas foram abertas no período, sendo que mais de 2,6 milhões são MEI e isso tem uma alta de 8,4% na comparação com 2019 de acordo com o Mapa de Empresas do Ministério da Economia.
Contudo, por mais que saibamos que estamos em um momento de crise, não é somente a desaceleração econômica a responsável por essa redução nas vagas formais para jovens. O estudo encomendado pelo Programa Jovens Construtores traz quatro eixos que explicam essas mudanças:
Não é novidade que a inteligência artificial substitui, cada vez mais, os trabalhos que possuem tarefas mais rotineiras ou padrões mais fáceis de serem identificados. Na atualidade, é relativamente simples programar um algoritmo para dar conta dessas atividades e, nesse desenrolar, muitas vagas que antes eram ocupadas pelos jovens, hoje são substituídas pela tecnologia.
A globalização é o segundo eixo que ajuda a explicar a redução do quadro de vagas, pois com a digitalização do mundo do trabalho, principalmente no campo dos serviços, não é necessário ocupar o mesmo espaço geográfico para atender o seu cliente. Um call center, por exemplo, pode te atender de outros lugares do mundo – desde que falando a mesma língua e, assim, essas vagas, que antes eram ocupadas pelos nossos jovens, tendem a estarem onde se tem menos direitos trabalhistas.
As flexibilizações que marcam o trabalho na atualidade criam relações de trabalho mais frágeis, o que aumenta a tendência de contratações mais rápidas e com maior rotatividade.
Com as mudanças ocorridas, a idade ativa se tornou maior e, portanto, as pessoas trabalham até mais tarde, o que torna mais acirrada a busca por uma vaga.
O que vemos com tudo isso é que a conjuntura não é muito favorável para os jovens que estão na busca de um emprego, porém não é impossível! Existem tendências com as quais as juventudes irão se deparar na sua vida profissional:
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